quinta-feira, 24 de julho de 2014

Candidatos não vão a encontro de presidenciáveis da SBPC no AC

Apenas Marina Silva, vice de Eduardo Campos (PSB), esteve no evento.
Marina defende uma parceria maior entre o governo e cientistas.

Caio Fulgêncio Do G1 AC
Marina Silva no Acre  (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Marina Silva, vice na chapa com Eduardo Campos (PSB) foi a única a participar do encontro dos presidenciáveis durante a SBPC 2014, realizada no Acre (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Somente a candidata Marina Silva, vice na chapa com Eduardo Campos (PSB), participou do encontro com presidenciáveis, realizado nesta quinta-feira (24) durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre no Acre até o domingo (27). Campos cancelou a presença ao evento, devido ao falecimento do escritor Ariano Suassuna. De acordo com a coordenação do evento, o candidato Aécio Neves (PSDB) informou que não iria participar devido a problemas com a agenda. Já a presidente Dilma Rousseff (PT) não chegou a responder ao convite. Na ocasião, Marina falou da importância do debate ocorrer na Amazônia, devido à importância da região na biodiversidade do planeta e na quantidade dos recursos hídricos. Sabatinada por vários pesquisadores no local, a candidata defendeu a parceria entre o governo e a comunidade científica.
"Temos que entender que a ciência, tecnologia e inovação são fundamentais para o desenvolvimento de toda e qualquer sociedade. Sem ciência, fica difícil fazer jus a grandes vantagens comparativas que o Brasil tem. Para isso, é preciso investimento adequado com recursos e formação na educação das pessoas", disse. Marina defendeu que essa parceria deve ser maior, e que isso está sendo levado em consideração em seu plano de governo com Eduardo Campos. "Nós queremos ouvir a comunidade científica, não para legitimar aquilo que se decidiu, mas para que de fato possa interferir nos processos que estão em curso na gestão pública", falou. Durante o debate, a candidata foi sabatinada pelo público sobre outros assuntos pertinentes como saúde, educação e meio ambiente. Em relação ao financiamento das pesquisas científicas, a candidata afirmou que as discussões da porcentagem destinada para a área ainda está sendo definida. "A discussão que estamos fazendo no plano de governo é que os recursos para pesquisas não devem ser contingenciados. Ainda não fechamos essa questão, porque tem toda uma delicadeza do ponto de vista legal para não comprometer o orçamento com percentuais que ficam amarrados. Mas, existe o compromisso de ampliar esses recursos", acrescentou.
Comunidade acadêmica, pesquisadores no encontro com presidenciáveis SBPC (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Comunidade acadêmica, pesquisadores no encontro com presidenciáveis na 66ª SBPC (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
A candidata defendeu também, a importância da discussão sobre o acesso da comunidade científica aos recursos do patrimônio genético do país. Ela falou ainda sobre a utilização de animais em pesquisas no país. "Em alguns casos é possível substituir essa pesquisa por outras alternativas, mas nos casos em que não é possível, é preciso observar os protocolos e requerimentos internacionais. Obviamente que não se pode deixar à mercê da própria sorte a proteção da vida dos animais, que são indefesos", apontou. Marina recebeu da presidente da SBPC, Helena Nader, um documento contendo um panorama geral brasileiro sobre a ciência, tecnologia e inovação, falando da necessidade de uma revolução na educação, do desenvolvimento do setor industrial, da bioeconomia, conservação e uso sustentável dos biomas nacionais. Helena defendeu ainda a necessidade de uma participação maior da comunidade científica no monitoramento da política que versa sobre a temática. "Apontamos a necessidade de uma participação real da comunidade científica no debate da política científica voltado para os recursos destinados para a ciência, tecnologia e inovação, e conhecimento da destinação desses recursos", acrescentou.

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