Candidatos não vão a encontro de presidenciáveis da SBPC no AC
Apenas Marina Silva, vice de Eduardo Campos (PSB), esteve no evento.
Marina defende uma parceria maior entre o governo e cientistas.
Marina
Silva, vice na chapa com Eduardo Campos (PSB) foi a única a participar
do encontro dos presidenciáveis durante a SBPC 2014, realizada no Acre
(Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Somente a candidata Marina Silva, vice na chapa com Eduardo Campos
(PSB), participou do encontro com presidenciáveis, realizado nesta
quinta-feira (24) durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre no Acre até o domingo
(27). Campos cancelou a presença ao evento, devido ao falecimento do
escritor Ariano Suassuna. De acordo com a coordenação do evento, o
candidato Aécio Neves (PSDB) informou que não iria participar devido a
problemas com a agenda. Já a presidente Dilma Rousseff (PT) não chegou a
responder ao convite.
Na ocasião, Marina falou da importância do debate ocorrer na Amazônia,
devido à importância da região na biodiversidade do planeta e na
quantidade dos recursos hídricos. Sabatinada por vários pesquisadores no
local, a candidata defendeu a parceria entre o governo e a comunidade
científica.
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"Temos que entender que a ciência, tecnologia e inovação são
fundamentais para o desenvolvimento de toda e qualquer sociedade. Sem
ciência, fica difícil fazer jus a grandes vantagens comparativas que o
Brasil tem. Para isso, é preciso investimento adequado com recursos e
formação na educação das pessoas", disse.
Marina defendeu que essa parceria deve ser maior, e que isso está sendo
levado em consideração em seu plano de governo com Eduardo Campos. "Nós
queremos ouvir a comunidade científica, não para legitimar aquilo que
se decidiu, mas para que de fato possa interferir nos processos que
estão em curso na gestão pública", falou.
Durante o debate, a candidata foi sabatinada pelo público sobre outros
assuntos pertinentes como saúde, educação e meio ambiente. Em relação ao
financiamento das pesquisas científicas, a candidata afirmou que as
discussões da porcentagem destinada para a área ainda está sendo
definida.
"A discussão que estamos fazendo no plano de governo é que os recursos
para pesquisas não devem ser contingenciados. Ainda não fechamos essa
questão, porque tem toda uma delicadeza do ponto de vista legal para não
comprometer o orçamento com percentuais que ficam amarrados. Mas,
existe o compromisso de ampliar esses recursos", acrescentou.
Comunidade acadêmica, pesquisadores no encontro com presidenciáveis na 66ª SBPC (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
A candidata defendeu também, a importância da discussão sobre o acesso
da comunidade científica aos recursos do patrimônio genético do país.
Ela falou ainda sobre a utilização de animais em pesquisas no país. "Em
alguns casos é possível substituir essa pesquisa por outras
alternativas, mas nos casos em que não é possível, é preciso observar os
protocolos e requerimentos internacionais. Obviamente que não se pode
deixar à mercê da própria sorte a proteção da vida dos animais, que são
indefesos", apontou.
Marina recebeu da presidente da SBPC, Helena Nader, um documento
contendo um panorama geral brasileiro sobre a ciência, tecnologia e
inovação, falando da necessidade de uma revolução na educação, do
desenvolvimento do setor industrial, da bioeconomia, conservação e uso
sustentável dos biomas nacionais.
Helena defendeu ainda a necessidade de uma participação maior da
comunidade científica no monitoramento da política que versa sobre a
temática. "Apontamos a necessidade de uma participação real da
comunidade científica no debate da política científica voltado para os
recursos destinados para a ciência, tecnologia e inovação, e
conhecimento da destinação desses recursos", acrescentou.
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