sexta-feira, 4 de julho de 2014

A tragédia de Neymar: o Brasil perde seu craque

Depois de celebrar a vitória contra a Colômbia e ficar a dois passos do hexa, a seleção fica sem o seu craque quando mais precisava dele

DRAMA – Uma entrada violenta do lateral colombiano Zúñiga em Neymar levou o craque ao gramado. Urrando de dor, ele foi conduzido para fora do campo de maca e, depois, ao hospital. Uma fratura na terceira vértebra lombar o tirou da Copa
DRAMA – Uma entrada violenta do lateral colombiano Zúñiga em Neymar levou o craque ao gramado. Urrando de dor, ele foi conduzido para fora do campo de maca e, depois, ao hospital. Uma fratura na terceira vértebra lombar o tirou da Copa (Fabrizio Bensch/AFP Photo/Pool)
E agora, o que será da seleção brasileira sem Neymar? A Copa do Mundo de 2014 ficará lembrada para sempre pela forte entrada do lateral-direito colombiano Juan Camilo Zúñiga com a perna direita nas costas do camisa 10 brasileiro. O juiz, o espanhol Carlos Velasco Carballo, deu vantagem no lance. Estatelado no gramado, em prantos, o craque do Barcelona foi tirado de campo na maca. Levado ao hospital São Carlos, em Fortaleza, veio a notícia que o Brasil não gostaria de ouvir, nem no pior dos pesadelos: Neymar está fora da Copa. Ele fraturou a terceira vértebra lombar, conhecida como L3, e precisará de pelo menos quatro semanas de recuperação. Qualquer movimento mais brusco, numa região ligada a extensos feixes de músculos, provoca dores insuportáveis. Um dos médicos da seleção, Rodrigo Lasmar, confirmou, por meio de um exame de tomografia computadorizada, que o craque teria de ser imobilizado. Não é uma fratura grave, não será preciso cirurgia, mas há um fato triste e incontornável, não teremos Neymar contra a poderosa Alemanha e, eventualmente, na grande final do domingo 13, no Maracanã. O impacto da ausência do craque lembra a dor cívica de 1966, quando Pelé foi caçado na Inglaterra pelo zagueiro português Morais. O algoz, Zúñiga, de voz mansa e gestos pausados, paradoxais com seu modo vigoroso de jogar, parecia assustado depois da partida. “Nunca foi minha intenção provocar o mal a outro jogador”, disse. “Torço e rezo para que não seja nada grave.” Foi.
A tragédia de Neymar — sim, é uma tragédia — foi o momento mais dramático de vinte dias de emoção e aflição. Houve lágrimas nas cinco execuções do Hino Nacional, em entrevistas, nas vitórias pouco convincentes contra Croácia e Camarões, no penoso empate sem gols com o México, antes, durante e depois da angustiante decisão por pênaltis diante do Chile. Sexta-feira, em Fortaleza, os jogadores se abraçaram novamente com olhos marejados e mãos erguidas para o céu. Enfim, os sentimentos vieram à tona com o triunfo diante da Colômbia por 2 a 1. Foi mais uma vez sofrido, mas animador — e trouxe a redenção, depois de tantos erros e incertezas nas partidas anteriores. Quem chorou — e com bons motivos — foi a jovem estrela James Rodríguez, artilheiro e um dos destaques deste Mundial.
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