quinta-feira, 14 de janeiro de 2016



Cacique do PMDB aponta erros e afirma

 que Temer terá eleição difícil no partido



Apesar de Michel Temer ter confessado arrependimento com a carta - que se tornou pública - enviada à presidente Dilma Rousseff e em relação às interferências na liderança do PMDB na Câmara, os atos do vice-presidente ainda prometem muita dor para ele próprio, na análise de um cacique do partido, o senador Eunício Oliveira (CE).
Aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício recebeu convite de Temer para ser tesoureiro na chapa pela reeleição na presidência do partido. Além de não ter dado ainda uma resposta, Eunício pode vir a apoiar Calheiros, outro possível candidato ao comando do partido.


Senador condenou regras de última hora estabelecidas pelo presidente nacional do PMDB
Senador condenou regras de última hora estabelecidas pelo presidente nacional do PMDB
À coluna de Lauro Jardim, no "Globo", o senador Eunício avaliou que, pela série de erros que cometeu, ao tentar viabilizar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, Michel Temer, atual presidente nacional do PMDB, terá uma eleição difícil para ser reconduzido ao comando de seu partido.
"O presidente do partido não pode proibir filiação de novos deputados nem se meter na eleição da bancada da Câmara como ele fez", analisou Eunício, fazendo referência à tentativa da ala governista do PMDB de abrir filiações de deputados de outros partidos ao PMDB para reconduzir Leonardo Picciani à liderança da bancada, depois que Temer, junto ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), articulou a queda do líder em dezembro de 2015.
A eleição para presidente nacional do PMDB ocorre em março, na convenção do partido. Já no início de fevereiro, os deputados peemedebistas elegem seu líder de bancada. Assim como Temer no comando da legenda, Picciani é candidato à reeleição na liderança da Câmara.
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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Aliados dizem que Temer se arrependeu de carta enviada a Dilma
De Brasília

             

O vice-presidente Michel Temer tem reconhecido a interlocutores que teria se precipitado ao enviar uma carta de desabafo à presidente Dilma Rousseff no início de dezembro, poucos dias após a abertura do processo de impeachment da petista na Câmara. Na opinião de auxiliares, o peemedebista dá sinais de que reconhece que a forma como escreveu alguns trechos do texto foi equivocada.
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Segundo um aliado, Temer avalia que poderia ter redigido a carta de maneira diferente. Um dos exemplos citados por interlocutores é o trecho em que o vice reclamou a Dilma sobre o fato de não ter sido convidado para o encontro com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no início de 2015. Um interlocutor próximo a Temer diz que o peemedebista poderia ter se manifestado de forma diferente, dizendo que Dilma rebaixou o Brasil ao tratar com um vice-presidente, quando a diplomacia estabelece que presidente fala com presidente.
Temer estaria, ainda de acordo com assessores, demonstrando reconhecer ter agido por impulso, em meio a uma forte pressão de peemedebistas por uma posição mais dura dele em relação ao impeachment, postura que, segundo aliados, não faz parte de seu comportamento político.
Um auxiliar do vice afirma que, neste momento, ele não repetiria a mesma fórmula, que acabou desgastando o peemedebista. A avaliação de que Temer errou é propagada por aliados em meio a movimentos do peemedebista e de Dilma para diminuir a tensão na relação entre eles. O discurso de relação "harmoniosa" do vice nos últimos dias também interessa ao Planalto.
A presidente pretende mostrar que tem o apoio de Temer, presidente nacional do PMDB. Já ao vice interessa obter pelo menos a neutralidade do Planalto na eleição para presidência nacional do PMDB, em março, principal preocupação dele neste momento.
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Saiba onde estava Temer nos principais momentos da política recente16 fotos

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O vice-presidente Michel Temer não chegou a esse cargo do nada. Com quase 50 anos de carreira, o peemedebista sempre circulou entre nomes importantes da política nacional, como mostra a imagem acima: (à esquerda) em 1985, como secretário de segurança de São Paulo ao lado de (esq. para dir.) Mário Covas (prefeito de São Paulo), Fernando Henrique Cardoso (senador) e do governador Franco Montoro; e em 2015, já como vice-presidente, entre o ministro da Defesa, Jaques Wagner, e a presidente Dilma Rousseff. Veja onde Temer estava em outros momentos marcantes dos últimos 30 anos Alan Marques/Folhapress

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