domingo, 28 de agosto de 2011

Rui Falcão: a despeito de Lula, ‘Marta não vai desistir’

Ricardo Weg/Divulgação
Presidente do PT federal, Rui Falcão encontra-se em situação incômoda. Ele integra o grupo político de Marta Suplicy. Assessorou-a na prefeitura de São Paulo (2001-2004).
Agora, às voltas com a montagem do palanque municipal de 2012, Falcão assiste aos movimentos de Lula em favor da candidatura de Fernando Haddad.
Em entrevista ao repórter Luiz Maklouf Carvalho, o mandachuva do PT foi instado a comentar o tema.
Falcão se absteve de revelar sua posição pessoal. Mas declarou: “Meu feeling é que ela não vai desistir. Ela tem dito a apoiadores dela que vai continuar.”
Vai abaixo o pedaço da entrevista que girou em torno da disputa paulistana:
– O ex-presidente Lula está “tratorando” o PT ao bancar a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, a prefeito de São Paulo? O Lula é a maior liderança do PT e sempre foi muito ouvido. Essa expressão “tratorando” não se aplica, porque, embora ele argumente e faça manifestar suas preferências, nunca impôs isso ao partido.
– Ele tem dito, referindo-se a Haddad, que São Paulo precisa de algo novo. A senadora Marta Suplicy diz que, se Lula quiser perder, fique com Haddad. Como se resolve esse conflito? O Lula está chamando as pessoas para conversar. Ele não pediu para ninguém retirar sua candidatura. Então nós estamos caminhando para uma prévia, que está prevista no estatuto do PT.
– Dizer que Lula vai perder se for com Haddad não é uma provocação? Não é provocação. Uma frase como essa puxa manchete, mas ela quis dizer o seguinte: “Eu conheço mais a cidade, eu tenho mais diálogo com a população e, portanto, eu sou a candidata favorita. Então, se alguém quer perder, apoie o outro candidato”. É uma avaliação, com base em pesquisa.
– O que vê de novo em Haddad? O argumento da novidade não é bom para qualificar o Haddad, que tem outras qualidades. Novidade são também o Jilmar Tatto e o Carlos Zaratini [deputados petistas que também pleiteiam a vagado PT] porque conhecem a cidade, foram secretários e têm realizações para mostrar. No passado, o Lula já disse que um dos problemas do PT é que ele não repetia candidato.
– Sua candidata é a Marta? Não tenho candidato. Como presidente do PT, não devo manifestar preferência neste momento.
– Marta pode abrir mão de sua pretensão à candidatura? Meu feeling é que ela não vai desistir. Ela tem dito a apoiadores dela que vai continuar.
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Escrito por Josias de Souza às 06h02

Gleisi trata procurador-geral como ‘consultor-pessoal’

Sérgio Lima/Folha
Os cofres públicos estariam livres de muitos ataques se os responsáveis pelo manuseio das chaves adotassem uma máxima simples: na dúvida, faça o contrário.
Ex-diretora de Itaipu, Gleisi Hoffmann recebeu tratamento e verbas de demitida ao pedir demissão.
Seguindo a máxima do “faça o contrário”, a estatal não teria liberado a grana e a ministra não a teria embolsado.
Como o bom senso foi negligenciado, Gleisi tornou-se devedora de explicações e Itaipu credora de ressarcimento.
Levada às manchetes de ponta-cabeça, a chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff inovou: transformou o procurador-geral em consultor-pessoal.
É o que informa, na Folha, o Painel. Leia:
- De Gleisi para o PGR: Em carta enviada ontem ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Gleisi Hoffmann pergunta se foi lesiva ao erário a operação que lhe permitiu receber R$ 41 mil de multa ao deixar a diretoria de Itaipu, em 2006, para concorrer pela primeira vez ao Senado pelo Paraná.
O valor, equivalente a 40% do saldo de seu Fundo de Garantia à época, foi liberado embora a petista tenha saído da empresa por iniciativa própria.
Na consulta endereçado ao PGR, a ministra da Casa Civil se declara disposta a devolver o dinheiro, se o Ministério Público entender que houve prejuízo aos cofres públicos. Nesse caso, ela pede ainda que se defina o índice de correção para a restituição.
- Vacina: Com a medida, Gleisi se antecipa à bancada do PSDB na Câmara, que na próxima semana entrará com representação na Procuradoria-Geral acusando a ministra de ter se beneficiado de pagamento indevido.
Para o líder tucano, Duarte Nogueira, a prática configuraria improbidade e peculato.