sexta-feira, 15 de agosto de 2014

João Henrique, 20 anos: o sucessor político, e de sangue, de Eduardo Campos

Por Bruna Talarico - iG São Paulo* |

Segundo dos cinco filhos de Eduardo Campos é estudante de engenharia na Federal de Pernambuco e militante do PSB

As campanhas políticas de Eduardo Campos mostraram, de forma recorrente, registros fotográficos que o colocavam lado a lado com sua versão mais jovem - e mais fiel. Os olhos claros e o sorriso largo ainda estão lá, no rosto de João Henrique Campos, segundo de seus cinco filhos com a economista Renata de Andrade Lima Campos.
Aos 20 anos, João Henrique já possui uma história na política e é considerado sucessor natural do pai. Na última quinta-feira (14), um dos primos de Eduardo Campos, Joaquim Pinheiro, disse a jornalistas que estavam em frente à casa da família, no Recife, que João Henrique reforçou o desejo pela manutenção do legado político do pai: "Perdi um pai e um líder, mas tem de se dar um jeito para que a bandeira dele não caia, porque os ideais dele são o futuro do Brasil."
Reprodução/Internet
Segundo filho de Eduardo Campos, João Henrique é filiado ao PSB, acompanhava o pai em compromissos de campanha e é tido como seu sucessor natural na política (14.08)

Filiado ao PSB, que tinha o pai como presidente nacional, o jovem se orgulha de ter "participado de todos os grandes movimentos conduzidos pelo partido, com destaque para as vitoriosas campanhas do ex-governador Eduardo Campos", conforme escreveu em comunicado que declinava o convite para candidatura à Juventude do PSB. Como exemplos de seu engajamento, ele cita as eleições de 2006 e 2010, quando o pai concorria para governador e João Henrique tinha apenas 12 e 16 anos, respectivamente; e a campanha do prefeito Geraldo Julio, em 2012, quando João tinha 18 anos.
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Descrito por pessoas que estiveram com João e o pai em agenda política como um rapaz articulado, inteligente e capaz de conversar com fluidez sobre assuntos áridos da política e da economia, João é estudante de engenharia civil na Universidade Federal de Pernambuco, onde também cursam a graduação seus irmãos Pedro (engenharia civil) e Maria Eduarda (arquitetura).
Aos 20 anos, ele cursa engenharia civil da Universidade Federal de Pernambuco; aos estudos, concilia a militância pelo PSB, partido ao qual é filiado (14.08). Foto: Reprodução/Facebook
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Sobre o ingresso oficial na política em idade tão precoce, ele costuma responder que prefere se dedicar aos estudo e esperar para conquistar a experiência que lhe permitiria "assumir o grande desafio que é o de defender o legado de Miguel Arraes e Eduardo Campos".  
"Só farei isso (me candidatar) quando entender que estou pronto, respeitando todos os processos democráticos de escolha. Apresentarei meus argumentos e espero ser reconhecido pelos meus méritos e não pelas minhas ligações familiares", complementou no mesmo texto. 
 
Avô de Campos e bisavô de João Henrique, Miguel Arraes é um líder histórico da política brasileira, oposicionista ferrenho ao regime militar e governador de Pernambuco por três mandatos.

Candidatura a deputado adiada
No início deste ano, João chegou a ser cotado como candidato a deputado federal pelo PSB, mas as especulações chegaram ao fim após uma confusão familiar envolvendo sua prima, a vereadora Marília Arraes, também filiada ao PSB. 
Na ocasião, ela acusou a cúpula do partido de impor aos correligionários a candidatura de João Henrique.
Cientista político da Universidade Federal de Pernambuco, Michel Zaidan diz que João Henrique é "sucessor de uma oligarquia política de Pernambuco". 
Suas críticas, no entanto, encontram um limite no preparo que um herdeiro de família com raízes na política conquista desde o berço. 
"O jovem, que ao entrar na política já tinha um ambiente familiar propício, chega moldado. Ele não teria essa experiência política de outra forma, já que não há curso ou escola para se aprender política. Os contatos e as oportunidades desde cedo são muito importantes", avalia. "A questão da família não é de todo mal. O problema é a falta de rotatividade."
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Zaidan lembrou ainda que o próprio Eduardo Campos iniciou seus compromissos políticos aos 13 anos, quando foi militante do movimento estudantil e acompanhava o avô, Miguel Arraes. 
* Com LeiaJá

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