terça-feira, 26 de novembro de 2019

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente mostra que metas do Acordo de Paris não são o bastante para frear mudanças climáticas nos próximos anos

De acordo com os cientistas, o dióxido de carbono (CO2), que está associado às atividades humanas e é o principal gás causador do efeito estufa que permanece na atmosfera, bateu um novo recorde de concentração em 2018, de 407,8 partes por milhão (ppm). 

Ou seja, nível 147% maior que o pré-industrial de 1750.


A emissão de gases causadores do efeito estufa precisa diminuir mais de 7% ao ano no período entre 2020 e 2030 para que o aumento na temperatura média globa seja de apenas 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. 

Caso as emissões não sejam reduzidas nesse ritmo, o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,2ºC.


A temperatura já aumentou 1ºC no planeta, o que provocou a multiplicação de catástrofes climáticas. 

Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados. 

"Dez anos de procrastinação climática nos levaram a esta situação", 

Qualquer adiamento além de 2020 deixaria rapidamente a meta de 1,5 ºC "fora de alcance". 

Mesmo para respeitar a meta mínima de 2ºC em comparação à era pré-industrial, o planeta precisaria reduzir as emissões em 2,7% por ano entre 2020 e 2030.

Ainda segundo a ONU, os 20 países mais desenvolvidos do mundo respondem por 78% de todas as emissões, mas 15 deles ainda não se comprometeram com um cronograma para zerar as emissões.

China, União Europeia e Índia – membros do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) – estão a caminho de cumprir seus compromissos iniciais de redução de CO2. 

Mas pelo menos sete integrantes do bloco, incluindo Japão e Estados Unidos (país que oficializou a saída do Acordo de Paris), não os respeitarão.

"Nunca foi tão importante dar ouvidos à ciência.

 A não observação desses avisos e tomar medidas drásticas para reverter as emissões implica que continuaremos a testemunhar ondas de calor mortais e tempestades e poluição catastróficas” – António Guterres, secretário-geral da ONU



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