sábado, 20 de setembro de 2014

Pesquisas eleitorais fazem Bovespa oscilar antes da divulgação dos resultados

No último dia 16 de setembro o Ibope divulgou uma pesquisa de intenção de votos para presidência da República. O resultado mostrava que Dilma e Marina disputariam o segundo turno e a candidata do PSB venceria com 43% dos votos, contra 40% de Dilma. Nesse mesmo dia a bolsa de valores de São Paulo (Bovespa) registrou alta de 2% e as ações da Petrobrás valorizaram 4,43%. Esse movimento não tem sido exceção desde que Marina Silva se tornou candidata.
O que se observa nas últimas pesquisas é a variação de índices da bolsa antes da divulgação dos resultados da pesquisa para o público, principalmente do Ibope e da Datafolha. Quando Marina Silva apresenta crescimento, a bolsa de valores acompanha a subida. O que causa estranhamento é que os índices começam a oscilar antes da divulgação dos resultados.
A movimentação tem levando suspeitas acerca de vazamentos de informações do resultado das pesquisas para grandes investidores da bolsa. Para o economista da Unicamp, Antônio Carlos Macedo, caso a suspeita seja verdadeira, "certamente poderia beneficiar os 'pesos pesados' do mercado. Se você sabe de antemão que a Marina teve um avanço na pesquisa - levando em conta que, no atual contexto, os agentes com atuação importante mercado têm grande simpatia pela Marina - você vai comprar ativos antes que os outros o façam. Isso porque, quando o resultado vier a tona, vai ser mais caro. Se a Dilma demonstrar recuperação, o efeito é o reverso".
No dia 26 de agosto outra pesquisa do Ibope apontou que Dilma teria mais votos que Marina no primeiro turno, 34% contra 29%. Contudo, no segundo turno, a petista perderia após registrar 36% diante de 45% da outra candidata. Novamente a bolsa mostrou acompanhar o resultado e abriu com alta de 0,40%. A Petrobrás também se mostrava valorizada em 1,30%.
Caso semelhante aconteceu no dia 18 de agosto, uma segunda-feira. Na sexta-feira (15), o Ibovespa subiu 2,12%, a maior alta diária em um mês. No dia 18, a bolsa continuava valorizada e registrou alta de 0,69%, às 10h35 da manhã. Essa foi a primeira pesquisa Datafolha com Marina como candidata. A presidenciável aparecia com 21% e Dilma com 36%. Em uma simulação de segundo turno, Marina já aparecia como vencedora, com 47%. Dilma vinha em segundo, com 43%.
Ainda em agosto, dessa vez no dia 29, a Datafolha divulgou outra pesquisa. Nela, Dilma e Marina apareciam empatadas com 34%, mas a candidata do PSB vencia na simulação do segundo turno, com 50% (10% a mais que Dilma). Nesse dia, o índice registrava alta de 0,81% às 10h20. Novamente a Petrobrás aparecia valorizada, dessa vez de 1,82%.
O dia 3 de setembro, diferente dos outros, teve duas pesquisas divulgadas. Segundo o Datafolha, Dilma teria 35% e Marina 34%, no primeiro turno. No segundo, Marina venceria com 48% contra 41%. Já de acordo com o Ibope, Dilma teria mais vantagem no primeiro pleito, somando 37% contra 33%, mas também perderia no segundo turno (de 39% a 46%). Assim, a bolsa abriu em alta e registrava alta de 0,22% às 11h10.
Uma semana depois, no dia 10, uma nova pesquisa foi divulgada e, novamente, Marina venceria Dilma no segundo turno somando 47% contra 43%.  Contudo, a petista começava a apresentar sinais de recuperação. Nesse dia, a bolsa abriu sobre forte pressão de baixa, em uma queda de 5,20%, que já vinha sido ensaiada cinco pregões antes.
A queda continuou no dia 12 de setembro, quando a disputa entre Dilma e Marina parecia mais acirrada. Segundo a pesquisa Ibope, Marina venceria o segundo turno com apenas 1% de diferença em relação à Dilma. A bolsa mostrou perdas de 2%.
O movimento de baixa se manteve no dia 19 de agosto. Dessa vez o Datafolha divulgou sua pesquisa, mostrando Dilma e Marina novamente próximas nas intenções de votos. A pestista perderia para a candidata do PSB por apenas 44% a 46%. A bolsa, então, recuou 1,24%.
 
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