Guerra no PSB: eleição interna causa polêmica e acirra ânimos
Roberto Amaral marca reunião e vice na chapa de Marina lidera motim contra pleito
Liderando o motim, que visa a adiar o
encontro, o deputado gaúcho quer forçar Amaral a desistir de se
referendar no cargo. A reportagem apurou que Albuquerque quer o partido
comandado por nova liderança, de preferência de Pernambuco, terra de
Campos.
Ontem, socialistas pernambucanos
passaram a tarde reunidos, articulando posições comuns à do deputado.
“Vou ligar para os companheiros de outros estados e me encontrar com os
que estão em São Paulo”, afirmou Albuquerque que se reunirá, entre
outros, com Sileno Guedes, presidente da legenda em Pernambuco. Daí
poderá surgir uma chapa concorrente.
Abertamente, no entanto, o discurso
ainda não é de oposição ao ex-ministro de Lula. “Nossa prioridade,
agora, não é eleger o presidente do PSB. É eleger o presidente do
Brasil.”
Ao DIA, Amaral disse que não “existe a menor
possibilidade de adiar a reunião” na qual pretende ser reeleito e
garantiu que não cederá à pressão. Ele lamentou que “discussão de
questões internas” esteja sendo feita pela imprensa. “Não discutirei
nada pelos jornais, e os que assim o fazem não estão ajudando o PSB.”Na interpretação de vários membros do partido, Amaral tenta, com essa manobra, segurar-se no cargo, já que não tem sustentação na legenda. Para eles, a decisão de convocar delegados já para esta segunda-feira, a apenas dez dias das eleições, é estratégia para que não dê tempo da oposição se articular e lançar chapa concorrente. O prazo para registro de candidaturas termina hoje.
Outra questão, lembram deputados da legenda, é o medo de Amaral em relação a Rodrigo Rollemberg, candidato ao governo do Distrito Federal, e Paulo Câmara, aspirante ao governo de Pernambuco. Eleitos, eles fortaleceriam os adversários do atual presidente.
O deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB mineiro, diz estranhar a convocação às pressas. Segundo ele, foge à normalidade e pode ser subterfúgio do ex-ministro para se manter na presidência. “Muita coisa ocorreu (este ano) e o partido está sendo atropelado pelos acontecimentos”, lamentou, sem comentar o motim de Albuquerque.
Viúva de Campos faz vídeo de apoio
Viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, Renata Campos gravou depoimento de apoio à candidatura de Marina Silva à Presidência da República. No vídeo, Renata afirma que teve a oportunidade de conviver com os dois políticos e que “Eduardo pegou um pouco de Marina, e Marina pegou um pouco de Eduardo”. Renata diz ainda que eleger Marina “será uma grande e bela experiência para o Brasil”.
A peça passará pela avaliação do marqueteiro de Marina, Diego Brandy, que decidirá se vai usar o material na propaganda de TV.
A atitude acalmou ‘marineiros’ após a aparição de Renata no programa do candidato ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), na segunda-feira.
Isso porque, em nenhum momento do vídeo, Renata declarou apoio à candidatura de Marina, que assumiu a corrida presidencial após a morte de seu marido.
Marina ataca e não poupa nem Lula
Atacada pelos adversários nas últimas semanas, a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, decidiu partir para o contra-ataque, ontem à noite, no Rio, e investir em ofensivas contra a presidenta Dima Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que Marina costumava poupar, foi citado indiretamente.
Em discurso em Duque de Caxias, a pessebista chegou a comparar Dilma a Fernando Collor e disse que a petista e o tucano fazem ‘cortina de fumaça’.
“Estão espalhando no Rio que eu vou acabar com o Bolsa Família e com o pré-sal. É mentira. Já teve um presidente que se elegeu assim. Foi o Collor.Ele dizia as mesmas mentiras que Dilma diz agora contra mim”, discursou Marina.
“Faltam apenas dez dias para terminar a eleição, e meus adversários não apresentaram programa (de governo). Tudo o que fazem é debater o nosso. Criam essa cortina de fumaça para disfarçar que não têm programa de governo”, disse, acompanhada do vice Beto Albuquerque (PSB). “A presidente Dilma e o senador Aécio deveriam respeitar o povo brasileiro”, atacou.
Mais cedo, na Central Única das Favelas (Cufa), em Madureira, Marina fez menção a Lula: “Dia desses disseram que tudo que sou, devo ao partido. Meu Deus, essa é a visão mais atrasada e velha da política
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