segunda-feira, 30 de junho de 2014

Após ter pedido de troca de ministro atendido, PR decide apoiar Dilma

Partido pressionou a presidente a substituir ministro dos Transportes.
Termina nesta segunda prazo para legendas definirem suas coligações.

Priscilla Mendes Do G1, em Brasília
A executiva nacional do Partido da República (PR) decidiu nesta segunda-feira (30), por 23 votos a 1, apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). A decisão foi tomada após a petista ceder à pressão do partido aliado e substituir o ex-governador da Bahia César Borges por Paulo Sérgio Passos no comando do Ministério dos Transportes.
Em convenção nacional no último dia 21, o partido delegou à Executiva a decisão sobre qual candidato receberia o apoio do PR. Apesar de estar à frente do Ministério dos Transportes ao longo dos três anos do governo Dilma, a legenda governista ameaçou apoiar o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, caso Dilma não atendesse ao pedido para substituir César Borges.
Para evitar que o partido se aliasse ao seu adversário nas eleições de outubro, a presidente da República cedeu e efetivou Paulo Passos na chefia do ministério, como reivindicava o PR. Passos já havia comandado a pasta em outras duas oportunidades. Já Borges foi deslocado para a Secretaria de Portos.
O presidente nacional do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), disse nesta segunda-feira, ao final da reunião da executiva nacional, que a troca nos Transportes mostrou “boa vontade” do governo e, portanto, contribuiu para o consenso em torno da candidatura de Dilma.
“[A troca no ministério] ajudou. O que estabeleceu essa diferença na relação entre a base do partido do PR no Congresso e o governo era a relação com o ministro dos Transportes. O gesto do governo, colocando um outro ministro que também não é indicação nossa, foi escolha da presidenta, fez com que o partido entendesse a boa vontade do governo e fizesse a opção por apoiá-lo”.
O gesto do governo, colocando um outro ministro [...] fez com que o partido entendesse a boa vontade do governo e fizesse a opção por apoiá-lo"
Alfredo Nascimento (AM), senador e presidente nacional do PR
O dirigente do PR afirmou que o pedido para substituir Borges se deu porque o ex-ministro dos Transportes mantinha uma “relação difícil” com os deputados federais da legenda.
“Essa relação é o jeito, o tratamento, o cuidado do ministro com o estado de cada um dos deputados”, explicou Nascimento, que ocupou a cadeira de ministro dos Transportes nos governos Lula e Dilma, mas deixou o cargo, em julho de 2011, devido a denúncias de irregularidades na pasta.
A aliança com o PR vai garantir a Dilma um minuto e oito segundos a mais na propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão. “É muito significativo”, destacou Alfredo Nascimento.
O único voto contrário à coligação com o PT partiu do líder do PR na Câmara, deputado Bernardo Santana (MG). Ele apresentou proposta de apoio ao tucano Aécio Neves, mas não obteve sucesso.
“Eu não tratei com o PSDB. Se houve essa procura, deve ter sido através do líder do partido”, declarou Nascimento.
Depois de confirmarem a aliança com o PT na corrida presidencial, os dirigentes do PR se dirigiram ao Palácio do Planalto para comunicar a decisão à chefe do Executivo federal.
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domingo, 29 de junho de 2014

Dilma recorre agora a mote da 'força do povo'

Na busca por um discurso que emplaque durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor e fiador político, Luiz Inácio Lula da Silva, resgataram ontem o mote da campanha petista de 2006. “Vou ganhar de novo, com a força do povo”, disse Dilma em convenção estadual do PT na Bahia, fazendo referência ao “Lula de novo, com a força do povo” de oito anos atrás.

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O ex-presidente explorou o mesmo tema, acrescentando uma provocação ao candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves, preferido do mercado. “Pelo que eu sei, esse tal de mercado nunca votou em você (Dilma), nem nunca votou em mim. Quem vota na gente é esse povo, que é o grande mercado deste país”, disse o petista no mesmo evento, no qual o deputado do partido Rui Costa foi oficializado como candidato na Bahia.

Duas semanas atrás, em meio à repercussão dos xingamentos dirigidos a Dilma na partida de abertura da Copa do Mundo de futebol, realizada em São Paulo, Lula já havia reciclado outro slogan, naquele caso o de 2002. Disse que “a esperança” iria “vencer o ódio”, numa referência à frase “a esperança vai vencer o medo” emplacada pelo publicitário Duda Mendonça na campanha do início da década.

Para dentro<p>De acordo com uma pesquisa do Ibope, se as eleições fossem hoje, Dilma obteria 39% dos votos, contra 21% do senador Aécio Neves, e 10% do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. </p><p> </p><p><b>Leia também:</b><br /><b><a href=https://br.noticias.yahoo.com/pt-oficializa-candidatura-dilma-rousseff-%C3%A0-reelei%C3%A7%C3%A3o-160415144.html>PT oficializa candidatura de Dilma Rousseff à reeleição</a></b><br /><b><a href=https://br.noticias.yahoo.com/perfil-conhecida-como-exigente-e-durona-dilma-refor%C3%A7ou-190358295.html>Conhecida como exigente e durona, Dilma reforçou essa fama na Presidência</a></b></p>Os dois discursos na convenção baiana seguiram a estratégia de, nessas ocasiões, falar mais para a militância do que para os eleitores em geral. “Quando alguém na rua perguntar: ‘quem é você?’, pode estufar o peito. Olhe nos olhos de quem te perguntar, de seu interlocutor, e diga com orgulho: ‘eu sou militante da aliança de partidos que mudou este País. Sou dos partidos que têm a abolição das injustiças como projeto permanente. Sou dos partidos que deram ao povo pobre deste País, aos jovens, aos negros e às mulheres vários direitos”, afirmou Dilma. “Somos dos partidos que estão construindo um País em que o filho do pedreiro pode ser doutor, em que a costureira pode viajar de avião e a empregada doméstica tem carteira assinada, e todo e qualquer brasileiro pode entrar em uma loja e comprar o que sua família precisa. Todo e qualquer brasileiro tem dignidade, emprego e renda. Sou de um partido que está fazendo uma revolução pacífica no Brasil. Sou de uma aliança de partidos que lutou, se esforçou para fazer da Copa das Copas uma vitória. Sou do PT, sou dos partidos aliados e vou ganhar de novo a eleição, com a força do povo”, completou a presidente durante o evento em Salvador.

Dilma usou a Copa como alegoria do que os filiados ao partido devem esperar da campanha. Repetindo que seus adversários estão “apelando para o ódio”, ela disse esperar “uma eleição difícil”, porque “quem não tem argumento apela para a mentira”. “Mentiram sistematicamente sobre a Copa”, afirmou. “Até pouco tempo atrás, eles diziam que não ia ter Copa e que, se tivesse Copa, ela seria um fracasso. Primeiro porque os estádios não estariam prontos. Os estádios estão todos prontos. Depois, porque (os torcedores) não teriam como chegar aos estádios. Todo mundo chegou aos estádios. Porque não ia ter aeroportos. E os aeroportos estão funcionando dentro da normalidade. Para se ter uma ideia, depois do jogo do Brasil (contra Camarões), lá em Brasília, em um curto espaço de tempo, saíram 70 aviões do aeroporto, sem nenhum atraso.”

Para a presidente, os militantes vão “ter de combater a mentira e a desinformação” na eleição. “Assim como não temos nada do que nos envergonhar sobre a Copa, que é a Copa das Copas, não temos nada do que nos envergonhar desses últimos 11 anos, desde o primeiro governo do presidente Lula, porque fizemos muito”, disse.

Lula engrossou o coro, pedindo que Dilma respondesse com “um sorriso” os xingamentos que ela ouviu na partida de abertura da competição, em Brasília. “A resposta que você tem de dar é mostrar que aqueles que não queriam a Copa estão tendo que conviver com a Copa mais extraordinária que já se viu”, disse o ex-presidente.

CorrupçãoA presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sorri durante encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em Brasília, a uma semana do início da Copa do Mundo.A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sorri durante encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, …Para Lula, os petistas precisam de “argumentos de mesa de bar” para “poder desmentir um cara que falar uma mentira” sobre Dilma. Um tema usado pelo ex-presidente para ilustrar a tática foi as acusações de corrupção em seu governo e no da sucessora. “Eles se esquecem que, no tempo deles, não aparecia corrupção nos jornais porque eles jogavam (os casos) para baixo do tapete. Nós tiramos o tapete da sala. Podem juntar todos eles para saber se criaram 50% dos instrumentos de fiscalização que nós criamos. Só há um jeito de a pessoa não ser presa neste País: é não roubar. Se roubar, vai ser pego. Pode ser parente ou aderente, tem de ser punido.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Felipão revela quando se sente um pouco sozinho e inseguro na Seleção

Técnico da Seleção e campeão mundial, contou durante a coletiva que convive com momentos de ansiedade antes de um jogo eliminatório.

Há mais ou menos dois meses, o Felipão esteve na bancada do Jornal Nacional, e se emocionou ao ver a história de vida de um dos jogadores da Seleção, contada na série do Tino Marcos. Ele dizia que as pessoas não sabem o quanto esses jogadores sofreram, batalharam, antes de virarem ídolos do futebol.
E nesta sexta-feira (27), o que chamou a atenção foram as palavras do capitão Thiago Silva sobre o técnico, que eles costumam chamar de professor. Ele contou, em uma entrevista coletiva, de onde o time tem buscado força para se preparar - antes de entrar em campo no sábado (28), contra o Chile.
Desde 2002, a liderança é uma característica forte do Felipão. Bandeira argentina nas mãos, fotos com japoneses, Luiz Felipe Scolari sorri. E alivia um pouco a “TPMM”, Tensão Pré-Mata-Mata. Até ele, um treinador campeão mundial convive com momentos de ansiedade antes de um jogo eliminatório.
“Quando estou ali, raciocinando sobre o que fazer e como fazer a equipe pronta, o que que a gente vai dizer, ali que eu me sinto um pouco sozinho, inseguro, mas quando eu estou com eles não”, revela o técnico da Seleção.
Ele tem mesmo com os jogadores uma relação de tirar o chapéu ou o boné.
“O cara é especial para todos nós, cara. O cara tá ali firme e forte mesmo em momentos difíceis familiares, o cara está ali do nosso lado”, afirma o zagueiro Thiago Silva.
Na entrevista coletiva, os dois foram questionados pela imprensa chilena sobre a preocupação dos adversários com a arbitragem. Nem chegaram a responder.
“O Brasil não precisa de árbitro para ganhar competição, para ganhar título e vocês deveriam respeitar um pouquinho mais a Seleção Brasileira e o povo brasileiro”, disse o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva.
O capitão e o comandante foram vistoriar o palco do jogo. A Fifa não permitiu o treino no estádio para preservar o gramado. 
No sábado (28), no Mineirão, Luiz Felipe Scolari pode fazer história. Se a Seleção ganhar, ele vai ser o técnico brasileiros com mais vitorias em copas do mundo.
Ele está empatado com Zagallo. E adivinhe o placar: 13 a 13. Entre eles, uma diferença, Zagallo dirigiu o Brasil em 20 partidas. E Scolari trabalhou também em Portugal somando ao todo 17 jogos.

E ele brincou com tática que vai usar para tentar superar o Chile. Alvo de muitas preocupações. “Nós vamos pressionar e defender, só”, brincou o técnico da Seleção.

Felipão está na terceira Copa, sempre agitado. E supersticioso. Esse pézinho direito antes de entrar em campo não engana ninguém.
Assim que acabou o treino, o Felipão reuniu os jogadores e disse pra eles: "eu escolhi vocês porque confio em cada um aqui. O quem eu colocar para jogar, amanhã, eu sei que vai dar certo. Se eu tiver que fazer uma mudança no time, eu estou tranquilo".

terça-feira, 24 de junho de 2014

Ficha limpa pode impedir candidatura de mais de 6 mil

Agência Brasil
 O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Antonio Dias Toffoli, recebeu hoje (24) uma lista com 6,6 mil nomes de gestores públicos que tiveram contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A lista foi entregue pelo presidente do TCU, ministro Augusto Nardes, destacando que as irregularidades apontadas podem levar à inelegibilidade.

A lista não é declaração de inelegibilidade mas, segundo Nardes, tem sido usada como principal recurso para os tribunais eleitorais negarem o registro de candidatos, com base na Lei da Ficha Limpa.

“Além do fato de ficar oito anos fora das eleições, eles têm [de pagar] as multas que nós temos aplicado. Há casos de gestores que têm que assumir a responsabilidade com seu patrimônio pessoal, além de funcionários públicos que são demitidos, como há centenas de casos recentes”, disse o ministro.

As pessoas que constam da lista podem sofrer impugnação de eventuais candidaturas por iniciativa do juiz eleitoral, ou solicitadas por partidos políticos, Ministério Público Eleitoral, coligações ou candidatos.

Entre os citados na relação do tribunal estão funcionários públicos que ocupam cargos de menor responsabilidade, até ministros e governadores. Eles poderão ter os nomes excluídos da lista caso consigam decisão judicial ou liminar nesse sentido. A impugnação das candidaturas depende, em última instância, da Justiça Eleitoral.

A unidade federativa com mais nomes listados é o Distrito Federal, que tem 729 gestores apontados como responsáveis por contas irregulares. Em seguida está o Maranhão, com 513 nomes e São Paulo, com 485. Roraima é o estado com menos gestores apontados na lista, com 97 nomes.

Os relacionados na lista do TCU cometeram as chamadas irregularidades insanáveis nos últimos oito anos, e tiveram negados todos os recursos possíveis no âmbito do Tribunal de Contas da União. O pagamento do débito ou da multa imposta como punição pelo TCU não implica retirada do nome do gestor da lista.

É dever dos tribunais de contas encaminharem as listas até o dia 5 de julho do ano eleitoral à Justiça Eleitoral. Os tribunais nos estados também estão fazendo isso e têm recebido orientação do TCU para disponibilizarem os nomes dos gestores citados na internet. Liberada para o público, a relação será constantemente atualizada até fim do ano. Dessa forma, pessoas citadas que conseguirem liminares na Justiça podem ter os nomes retirados e outras, cujos recursos forem se esgotando, poderão ser acrescidas.

domingo, 22 de junho de 2014

Morre a feminista Rose Marie Muraro aos 83 anos



A escritora e feminista brasileira Rose Marie Muraro faleceu neste sábado (21) aos 83 anos, no Rio de Janeiro. Ela lutava contra um câncer reincidente, mas a causa da morte foi uma infecção urinária que se generalizou, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital São Lucas. Ela será velada neste domingo (22) a partir das 8h, no Memorial do Carmo.


Intelectual que lutava pela igualdade de direitos para as mulheres, Rose Marie Muraro foi reconhecida em 2005 pelo governo federal como Patrona do Feminismo Brasileiro. Nascida no dia 11 de novembro de 1930, com um problema na visão que a deixou praticamente cega durante parte da sua vida, a escritora deixou cinco filhos, doze netos e publicou 35 livros.
Além de escrever livros que retratavam de forma quase que inédita no Brasil a condição da mulher na sociedade da época, como A Sexualidade da Mulher Brasileira, Rose foi importante para a disseminação de conteúdos estrangeiros sobre o tema, traduzindo e editando inúmeras publicações. Trabalhou durante 17 anos na Editora Vozes e depois fundou, junto com outras feministas, a  Editora Rosa dos Tempos (hoje pertencente à Editora Record), criada para difundir um instrumento que desse voz às mulheres.
De acordo com a professora da Universidade Federal Fluminense Hildete Pereira de Melo, a vida de Rose Marie Muraro foi influenciada pelo seu trabalho na Teologia da Libertação, segmento da Igreja Católica que transformou a vida da intelectual. Após publicar Por Uma Erótica Cristã, no entanto, as suas ideias não foram mais aceitas pela Igreja.
Hildete contou à Agência Brasil que outro papel fundamental da intelectual foi na promoção de um seminário, há 40 anos, que culminou com a criação do Centro da Mulher Brasileira. O “papel vital” de Rose se deu não apenas na fundação da organização feminista, mas também no financiamento para que tal empreendimento se viabilizasse.
Pelo Twitter, a presidenta Dilma Rousseff  lamentou a morte de quem considerou um ícone da luta pelos direitos das mulheres. “Intelectual notável, Rose Marie foi uma mulher determinada em tudo, na luta contra a barreira da cegueira, na luta pelas suas ideias. Somos todas gratas à dedicação incansável de Rose Marie”, escreveu.
“Ela é um patrimônio das mulheres brasileiras, pela sua inteligência, vivacidade, pelo desprendimento na luta para vencer o patriarcado da sociedade e o machismo, na luta pela liberdade política democrática e pela igualdade das mulheres. Hoje, as mulheres estão órfãs”, declarou Hildete, que prepara uma homenagem neste domingo com muitas flores, o que, segundo ela, era desejo de Rose Marie Muraro antes de falecer.
A ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, participa do velório no Rio de Janeiro.
Editor Andréa Quintiere
Agência Brasil - Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Lula sai fortalecido com afastamento de Barbosa e FHC tem pior avaliação

17/6/2014 15:19
Por Redação - de Brasília e São Paulo


Lula acredita que o governo se comunica mal e, por isso, perde o contato com a população brasileira
Lula acredita que o governo se comunica mal e, por isso, perde o contato com a população brasileira
Avaliado em uma pesquisa de opinião como o pior cabo eleitoral do país, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é aquele que mais tira votos na corrida presidencial deste ano, conforme atestou o estudo do Instituto Datafolha, concluída em 5 de junho. Dos 4.337 eleitores ouvidos em 207 municípios de todas as regiões do país, 57% afirmaram que não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado por ele. A rejeição ao ex-presidente tucano é tão alta que apenas 12% do eleitorado votariam, com certeza, em um candidato indicado por FHC, enquanto 24% talvez votassem e 8% não têm opinião a respeito.
Mesmo entre os eleitores que pretendem votar no pré-candidato tucano, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), é grande o número daqueles que rejeitam o ex-presidente: 43% afirmam não votariam, de jeito nenhum, em um candidato apoiado por FHC. A contradição é explicada, ainda segundo a pesquisa, pela falta de informação do eleitorado sobre quem é Aécio Neves: 78% dizem que conhecem o pré-candidato, mas apenas 19% afirmam conhecê-lo bem o suficiente para arriscar um voto.
Já o segundo colocado entre os cabos eleitorais disponíveis para a eleição de outubro desse ano, o presidente demissionário do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, tende a perder o posto nos próximos dias. Ao deixar os holofotes do Supremo, Barbosa pretende se mudar para a Flórida, onde comprou um apartamento milionário, em nome de sua empresa privada. Ele pretende passar um período por lá, até depois das eleições. Atualmente, segundo pesquisa do Datafolha um em cada quatro eleitores brasileiros dizem que votariam “com certeza” em um candidato indicado pelo ministro. Mas esses números tendem a mudar, rapidamente.
O Datafolha ressalta que nunca antes pesquisas desse tipo foram feitas em outras eleições. O Datafolha entrevistou 4.337 pessoas em 207 cidades brasileiras entre terça e quinta-feira da semana passada. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Barbosa desgastado
O manifesto assinado por cerca de 300 pessoas dos meios acadêmico, artístico, sindical, político e jurídico assinaram carta com críticas a decisões do ministro Joaquim Barbosa em relação à execução das penas impostas a José Dirceu, Delúbio Soares, João Paulo Cunha e José Genoino – petistas condenados no julgamento da Ação Penal (AP) 470 começa a repercutir, nacionalmente, e Barbosa complica-se, ainda mais, com a escolha do ministro Luís Roberto Barroso para a relatoria da AP 470. Segundo o manifesto, o presidente doSTF é acusado de negar direitos aos sentenciados, desrespeitando a decisão do próprio pleno do STF e a jurisprudência do STJ. “O Brasil assiste perplexo à escalada de arbitrariedades cometidas pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. Já não se trata de contestar o resultado do julgamento da chamada Ação Penal 470 – embora muitos de nossos pátrios juristas ainda discutam inovações polêmicas daquele julgamento, como a chamada ‘teoria do domínio do fato’, por substituir a presunção de inocência pela presunção de culpabilidade. O presidente do STF nega direitos a alguns sentenciados”, dizem os signatários do texto.
Eles avaliam que o posicionamento de Joaquim Barbosa, que recentemente anulou autorizações para que condenados à prisão em regime semiaberto trabalhassem fora da prisão, ameaça levar ao caos o sistema prisional brasileiro. Os atores Hugo Carvana, Osmar Prado, Sergio Mamberti, Zé de Abreu e Chico Diaz, o cantor Chico César, o escritor Fernando Morais e os professores Emir Sader e Leonardo Boff estão entre os signatários.
“É preciso que o plenário do Supremo impeça a continuidade dessa agressão ao Estado de Direito Democrático”, consta da carta. Ainda segundo o documento, o entendimento de Barbosa não prejudica apenas os presos do ‘mensalão’ mas outros detentos que querem trabalhar para ajudar no sustento de suas famílias. Joaquim Barbosa argumenta que a autorização para trabalho externo só pode ser concedida a presos que cumpriram um sexto de suas penas, conforme requisito previsto na lei de execução penal.
“O desrespeito aos direitos de um único cidadão coloca em risco o direito de todos. E o Brasil já sofreu demais nas mãos de quem ditava leis e atos institucionais, atacando os mais elementares direitos democráticos”, diz trecho da carta intitulada “Apelo público ao STF, em defesa da Justiça e do Estado de direito”. De acordo com o site de José Dirceu, a carta vai ser entregue a todos os ministros no Supremo nesta quarta-feira (18).
Leia, a seguir, a carta:
Senhores ministros,
O Brasil assiste perplexo à escalada de arbitrariedades cometidas pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa.
Já não se trata de contestar o resultado do julgamento da chamada AP 470 – embora muitos de nossos pátrios juristas ainda discutam inovações polêmicas daquele julgamento, como a chamada “teoria do domínio do fato”, por substituir a presunção de inocência pela presunção de culpabilidade.
O Presidente do Supremo Tribunal Federal, ao invés de cumprir as decisões dessa Suprema Corte, nega direitos a alguns sentenciados, desrespeitando a decisão do próprio pleno do STF e a jurisprudência do STJ quanto ao cumprimento do regime semiaberto. Com isso ameaça levar ao caos o sistema prisional brasileiro, pois, aceito o precedente, cria-se jurisprudência não somente em desfavor dos presos e sentenciados, mas contrária ao espírito democrático que rege as leis de execução penal, inclusive.
É o caso de sua exigência de cumprimento em regime fechado de um sexto da pena de réus condenados a uma sanção a ser iniciada no regime semiaberto. Adotada, à revelia de entendimento do pleno desse Supremo Tribunal Federal, tendo como alvo os sentenciados, todos ao regime semiaberto, inclusive Delúbio Soares, João Paulo Cunha, José Dirceu de Oliveira e Silva e José Genoíno, levará angustia e desespero não somente a eles e seus familiares, mas a dezenas de milhares de famílias de sentenciados que cumprem penas em regime semiaberto, trabalhando para sustentar suas mães, esposas e filhos.
É preciso que o plenário do Supremo Tribunal Federal impeça a continuidade dessa agressão ao Estado de Direito Democrático.
Concitamos, portanto, os Senhores Ministros integrantes dessa Corte Constitucional de Justiça a que revejam e corrijam tal violação de direitos praticada pelo Exmo. Sr. Presidente do STF, acatando o agravo impetrado pelos advogados dos réus.
O desrespeito aos direitos de um único cidadão coloca em risco o direito de todos, e o Brasil já sofreu demais nas mãos de quem ditava leis e atos institucionais, atacando os mais elementares direitos democráticos.
No extremo oposto a FCH e prestes a não ter um concorrente à altura, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado o maior cabo eleitoral do país: 36% dos eleitores votariam “com certeza” em um candidato apoiado por ele e 24%, talvez. O percentual que não votaria no candidato de Lula também é de 36%. Entre os eleitores com renda mensal familiar de até 2 salários mínimos, 46% votariam em um nome apoiado pelo petista. Os eleitores que não votariam no candidato de Lula são, obviamente, os mais ricos: 52% dos que ganham de 5 a 10 salários e 60% dos que têm rendimento mensal superior a 10 salários mínimos.
Para avaliar o peso desse eleitorado contrário à candidata de Lula, uma nova pesquisa do Ibope entre quinta e sexta-feira dessa semana, será a primeira sobre a corrida eleitoral feita após os xingamentos contra a presidente Dilma Rousseff no dia do jogo de abertura da Copa do Mundo. Os insultos partiram da área Vip da Arena Corinthians e depois reverberaram pela arena, onde o preço do ingresso mais barato era superior a R$ 500,00, antes da partida entre Brasil e Croácia, na última quinta-feira. De acordo com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a mostra, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), começou a ser feita no último sábado. As respostas das 2.002 entrevistas em todo o território nacional sinalizarão se os xingamentos contra Dilma tiveram algum efeito na corrida presidencial.
Na última pesquisa Ibope, divulgada há sete dias, Dilma apareceu com 38% das intenções de voto, enquanto seus principais adversários oscilaram positivamente. O senador Aécio Neves, presidenciável pelo PSDB, subiu de 20% para 22%, enquanto Eduardo Campos, pré-candidato pelo PSB, de 11% para 13%. O Ibope também é o primeiro a ir às ruas após o início da Copa do Mundo sediada no Brasil. Confira aqui a íntegra do questionário da pesquisa.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Holanda surpreende na Copa com vitória humilhante sobre a Espanha

Disputa da final da última Copa do Mundo foi reprisada na sexta (13).
Dessa vez, a Holanda fez cinco gols contra apenas um do time espanhol.

Marcelo CourregeSalvador, BA
Poucas vezes a glória de um campeão do mundo foi manchada de maneira tão contundente como aconteceu na sexta (13), em Salvador, com o time da Espanha, ainda a detentora do título.
A Holanda, derrotada na final da última Copa pela mesma Espanha, vingou-se de maneira espetacular, levantando uma pergunta: será que a Espanha ainda se recupera da surra?
Van Persie usou a cabeça da melhor forma possível com um toque, um gol de placa. Tão bonito que piscar seria um desperdício. Ele não foi modesto, disse que foi um gol brilhante.
Foi uma aposta, porque logo antes de receber a bola ele viu o posicionamento do Casillas. Então, Van Persie decidiu dar essa cabeçada por cobertura.
Uma vitória do time da Holanda sobre a Espanha já seria um resultado surpreendente. Em uma chuva de gols sobre uma das melhores defesas do mundo, nem os próprios jogadores holandeses acreditavam.
"Claro que não esperávamos”, disse o lateral-direito Janmaat. Ele acha que ninguém poderia esperar isso.
Van Gaal não esperava cinco gols da Holanda em um jogo desses, mas a forma como os gols saíram foi, sim, como ele planejava. “Eles mostraram hoje que é muito difícil enfrentá-los”, diz o jogador.
Na saída do estádio, nem os torcedores mais otimistas acreditavam na goleada. Van Persie disse que foi de 5, mas poderia ter sido de 6, 7 ou 8.
“Crédito para toda a comissão técnica, porque eles estão trabalhando nesse sistema há várias semanas. Todos executaram bem o plano de jogo e estão muito orgulhosos disso”, afirma Van Persie.
Orgulhosos por tratarem com tanto carinho as cores e a tradição do futebol holandês.
COMO FOI NA ESPANHA
"Vingança" e "catástrofe" foram palavras que apareceram com frequência na repercussão do massacre holandês de Salvador.
Em Madrid, capital espanhola, uma multidão se reuniu em frente a um telão instalado ao lado do estádio Santiago Bernabéu. A festa do início do jogo aos poucos se transformou em nervosismo e decepção.
Os espanhóis ainda tiveram que aguentar alguns poucos holandeses intrusos no local. "Uma catástrofe", definiu um torcedor. Outro indicou o fim de uma geração: "Claramente, o tempo deles já passou", foi o que disse.
Na internet, o diário catalão "Mundo Deportivo" destacou "Golpe holandês no campeão". O madrilenho "As"  definiu como "o pior pesadelo do campeão".
Já os jornais holandeses exaltaram a revanche da final de 2010. Para o "De Telegraaf", foi uma "vingança inigualável”. E se nas arquibancadas da Fonte Nova a comemoração foi ao estilo "trenzinho", em Amsterdã, capital holandesa, não foi diferente.