Os Federalistas e a Revolução de 1893. Mensagempor Fritz em 10 Out 2008, 11:46
No dia 31 de março de 1892 foi fundado o Partido Federalista no Rio Grande do Sul.
O Partido Federalista declarava:
- A centralização política
- A eleição do Presidente da República pelo Congresso
- A reforma da Bandeira Nacional para suprimir o lema “Ordem e Progresso”
- E outras reformas de caráter político.
O Partido Federalista reunia a quase totalidade dos que discordavam da orientação presidencialista do Partido Republicano.
Os Federalistas levantaram-se em armas duas vezes contra os republicanos. A primeira vez foi em 1893 – Revolução Federalista – que durou até 1895 envolvendo também os estados de Santa Catarina e Paraná. A segunda foi em 1923 com a Revolução Assisista.
Desde a Proclamação da República, 1822, a situação da política estadual era de inquietação.
Em janeiro de 1893, no dia 25, assumiu a presidência Júlio de Castilhos.
Foi a vitória dos Pica-Paus.
Isto causou a revolta dos Maragatos, que culminou na Revolução Federalista.
OS MARAGATOS (Revolucionários)
Maragato era a designação conferida aos seguidores do caudilho Gumercindo Saraiva durante a Revolução Federalista.
Os maragatos eram os revolucionários.
Receberam o apelido, porque nas tropas havia vários espanhóis oriundos da maragataria do norte da Espanha. Registros da imigração mostram que a maioria dos espanhóis tinham procedência da região de Castela, onde existia um lugar chamado La Maragateria e seriam de lá estes colonizadores que tornaram-se partidários e seguidores de Gumercindo Saraiva.
Usavam como distintivo um lenço vermelho no pescoço ou uma fita da mesma cor no chapéu. Gumercindo Saraiva usava lenço branco, por ser a cor de seu partido no Uruguai.
Os gaúchos se sentem à vontade com o apelido de maragatos, pois trouxeram sem dúvida o sangue andarilho das origens Maragatos da Espanha.
Foram eles que trouxeram a indústria, formando as primeiras charqueadas. Abriram as primeiras pulperias, iniciando o comércio dos mascates.
A valentia do gaúcho ganha respaldo histórico, no sangue ancestral espanhol quente, bravo e audaz que arde na alma gaúcha. Este sangue cavalga pela amplidão das coxilhas dos verdes campos de nossa terra.
OS PICA-PAUS (Governistas)
Os republicanos, também chamados de governistas e Pica-paus, eram os seguidores de Júlio de Castilhos.
Julio de Castilhos era o chefe civil dos republicanos e Presidente do Rio Grande do Sul.
Os pica-paus usavam lenço branco e sobre este apelido, existem duas versões:
- As tropas do governo usavam um enfeite amarelo na barretina, semelhante à crista do pica-pau.
- As armas quando detonadas faziam um som parecido com a do pica-pau batendo nos troncos das árvores.
A composição das forças governistas reunia cerca de quatro a cinco mil homens.
A SITUAÇÃO POLÍTICA ERA DE INQUIETAÇÃO
A ação militar iniciou na fronteira do Uruguai, sob o comando do general João Nunes da Silva Tavares e do caudilho Gumercindo Saraiva.
No início de 1894, os federalistas invadiram Santa Catarina, o Coronel Antônio Morreira César dominou este estado a Ferro e Fogo e avançaram até Desterro (atual Florianópolis). Lá se juntaram aos rebeldes da revolta armada, entrando no Paraná e ocupando Curitiba. Foram detidos em Lapa, a caminho de São Paulo e então recuaram. Ficaram entrincheirados no Rio Grande do Sul.
As tropas federalistas apoiadas por grupos que estavam fora do poder, invadiram o Rio Grande do Sul. O objetivo era rever a constituição Castilhista para fazer modificações que impedissem a reeleição sucessiva do governante do estado.
Júlio de Castilhos, para derrotar os federalistas, convocou o apoio da milícia estadual, a Brigada Militar.
A disputa se prolongou por trinta meses.
Em 1895, os Federalistas (maragatos) depuseram suas armas, dando vitória aos Pica-paus.
Este movimento ocasionou a morte de aproximadamente dez mil pessoas e entrou para a história como uma das mais cruéis guerras civis brasileiras. Ficou conhecida também como a Revolução da Degola.
Contra os Federalistas, Júlio de Castilhos lançou todo o poder do Partido Republicano Rio-Grandense, que agrupava os republicanos históricos.
Castilhos e seus aliados (os Pica-paus) haviam imposto uma constituição positivista e centralizadora. Contra ela se levantaram os maragatos, que pretendiam substituí-la por outra que fosse representativa, moderada e que seguisse os princípios do governo parlamentar.
Estava armado o cenário paras duas guerras, a de 1893 e a de 1923, ambas vencidas pelos governistas de Castilhos e, depois de Borges de Medeiros.
A VITÓRIA DOS REPUBLICANOS (Pica-paus)
Os homens que assassinaram e roubaram em nome da república, deveriam ter levantado a bandeira da separação do Rio Grande do Sul (pensamento de alguns rio-grandenses).
A separação seria isolar do todo uma parte pequena entregando-a, a todos os perigos. Separa-lo seria converter o amor em raiva (pensamento de outros).
Com a Revolução, a vida na campanha se extinguiu.
Aquele despertar do dia cheio de alegrias, o mugir do gado, o relinchar dos cavalos, o canto das aves, o grito especial dos trabalhadores do campo, o vulto do gaúcho madrugador, camperiando, o papaguear das crianças, o petiço que não vinha fazer o passeio matutino, a voz melodiosa da patroa chamando os filhos para o café, o estancieiro cevando o mate para os peões.
DESAPARECEU.
Mas graças a Deus, o Rio Grande do Sul é o mais sortido cadinho racial do Brasil. Neste verde caldeirão onde vagueavam várias tribos de índios, os Açores comeram a sopa temperada com ervas indígenas e africanas. Mais tarde um pouco de repolho germânico e condimentos com a manjerona italiana e outras especiarias vindas da Europa e do oriente.
Qual foi o aspecto e gosto desta mistura? O SER GAÚCHO NO RIO GRANDE DO SUL.
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