Governo colombiano e Farc fecham novo acordo de paz para superar rejeição em plebiscito
Nova versão acolhe pontos exigidos em referendo, como informações sobre envolvimento das Farc no tráfico de drogas
Negociadores se cumprimentam em Havana após revisarem o acordo de paz selado em agosto
12.11.2016/REUTERS/Enrique de la Osa
Segundo o governo e as Farc, que mantêm conversas em Havana há quatro anos, foram incorporadas propostas de vários grupos no novo acordo.
"Apelamos a toda a Colômbia e à comunidade internacional para apoiar este novo acordo e sua rápida implementação, e assim deixar a tragédia da guerra no passado", informou um comunicado conjunto. "A paz não pode esperar mais."
No entanto, o ex-presidente Álvaro Uribe, que liderou a oposição ao acordo original, disse que seu campo e as vítimas do conflito, que já matou mais de 220 mil pessoas, deveriam brevemente estudar o novo acordo antes de ser implementado.
"Pedi ao presidente que os textos que anunciam em Havana não sejam definitivos", disse ele em um comunicado publicado em sua conta no Twitter, acrescentando que a oposição pode querer fazer ajustes.
O principal negociador do governo colombiano, Humberto de la Calle, disse que uma das principais mudanças é uma exigência de que as FARC apresentem um inventário completo de seus ativos, que serão destinados à compensação das vítimas.
O novo acordo também retira magistrados estrangeiros de tribunais especiais de paz, embora haja observadores estrangeiros, e estipula que as FARC entreguem informações "exaustivas e detalhadas" sobre seu envolvimento no tráfico de drogas.
Não foram divulgados detalhes sobre se o acordo aborda as principais preocupações da oposição liderada por Uribe, ou seja, a garantia de assentos parlamentares para as FARC no Congresso e a imunidade de sentenças de prisão para os líderes.
"Esse acordo é a melhor saída na medida em que resolve muitas críticas e insatisfações", disse De la Calle. "Como o primeiro, não terá aceitação unânime, mas esperamos que tenha um apoio mais sólido."
O presidente Juan Manuel Santos, que no mês passado ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para acabar com a guerra, apostou seu legado em um acordo e passou as últimas semanas lutando para salvá-lo. Ainda não está claro se o novo acordo será colocado novamente em votação popular.
"Nós elogiamos Santos por formar um diálogo nacional inclusivo para incorporar neste acordo revisado as preocupações de quem votou contra o acordo de paz inicialmente proposto", afirmou Susan Rice, assessora de Segurança Nacional dos EUA.
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